Após a saída do português Renato Paiva, o Bahia foi atrás de Rogério Ceni para assumir o comando da equipe e assinou um contrato até 2025 com o ex-goleiro. Anunciado no último sábado, 9, o novo treinador foi apresentado oficialmente na tarde desta segunda-feira, 11, na Arena Fonte Nova, e o diretor de futebol Carlos Santoro explicou como as negociações foram rápidas.
“Hoje é um dia muito feliz para a gente, pois conseguimos, em uma conversa, convencer uma pessoa que também queria estar aqui. A carreira dele como atleta fala por si só, e agora também como treinador. Desde a saída do Renato Paiva foi uma negociação rápida por termos definido o Rogério como primeira opção, mas também o Rogério por ter escolhido o Bahia como primeira opção. As ideias sobre futebol, sobre projetos, estavam alinhadas. Por isso a gente está muito feliz hoje de começar uma nova fase com o Rogério liderando”, explicou Santoro.
Ceni também deu detalhes sobre o contato com Carlos Santoro e citou os motivos que o fizeram aceitar a proposta do Bahia.
“É um prazer estar aqui, uma oportunidade especial na minha vida. O Bahia por si só, pela sua grandeza, pela sua história, pelos títulos, em conjunto com o Grupo City, talvez seja a melhor oportunidade de trabalho para um treinador no país. Eu venho aqui pela tradição do clube, pela história e pela oportunidade da junção dessas duas marcas. [As negociações começaram] quarta-feira à noite, nunca tive contato antes disso. Fui conhecer o Cadu agora no domingo e falei pela primeira vez no telefone com ele na quarta-feira, eu estava lá no Mato Grosso, na fazenda, e recebi a ligação”, contou o novo treinador do Bahia.
“Eu assinei o contrato na sexta-feira, então eu não posso ter feito exigências depois de ter assinado um contrato trinta e poucas horas antes de chegar aqui. Eu venho aqui para ser treinador do Bahia, para tentar desenvolver atletas que já estão aqui, venho aqui para tentar fazer o meu melhor com a minha comissão técnica. Essa parte parte administrativa, o grupo que administra o clube já mostra todo o seu profissionalismo e autonomia. É claro que haverá consultas sobre determinado jogador no futuro. Para esse ano acho que é um elenco fechado, mercado já está fechado para este ano”, continuou Rogério Ceni.
“Eu venho aqui para trabalhar na minha função, como treinador de futebol e não fiz nenhuma exigência. Primeiro: eu estou na Bahia; segundo: eu estou em Salvador; terceiro: tenho a oportunidade de vestir a camisa do Bahia; e quarto: um grupo do tamanho do Grupo City que talvez seja o lugar mais profissional que eu possa escolher para trabalhar. Estes já são motivos suficientes para estar aqui”, completou o técnico.
Antes da apresentação, Ceni conheceu a estrutura do clube, conversou com os jogadores e já comandou o primeiro treino, no CT Evaristo de Macedo. De imediato, a ideia do técnico é trabalhar o emocional dos atletas para tentar conquistar os resultados.
“Eu acho que o que eu posso mais colaborar com eles talvez seja essa parte emocional a curto prazo. Eu sou uma pessoa que respirei futebol a minha vida praticamente inteira, desde os 17 anos jogando como profissional. Para mim, viver sem vencer não é possível. Não posso admitir o fato de estar num clube desse tamanho e não conseguir vitórias, e tenho certeza que incomoda todos os atletas. Vamos tentar, dentro da nossa maneira de ver o jogo, construir um time que seja bem competitivo e que nesses dois confrontos, contra Coritiba e Santos, nós temos que trazer pontos. Depois vamos ter um espaço para tentar desenvolver algumas coisas. Hoje já tentamos alguma coisa diferente da forma que vinha sendo feito e eu espero que a gente consiga, já na quinta-feira, um bom resultado”, afirmou Ceni.
Apesar de ter conquistado títulos como o da Série A e da Supercopa do Brasil, pelo Flamengo, e da Série B com o Fortaleza, o ex-goleiro chama atenção pelos desgastes com os elencos do Flamengo, São Paulo e Cruzeiro. O treinador desmentiu essa fama e revelou que é difícil manter um grupo por que todos querem jogar.
“Eu sou um cara extremamente profissional. Eu sou um cara que gosta daqueles que trabalham todos os dias, que chegam cedo, que se dedicam, que querem evoluir, que querem se desenvolver. O que traz o descontentamento de um jogador é ele não estar participando diretamente, mas nós somos em 33, com os goleiros, então são 29 jogadores de linha e só dez vão jogar, cinco vão entrar. Então é difícil você manter sempre um grupo em qualquer lugar. Eu não tenho problemas, eu trato todos muito bem, eu exijo durante aquele uma hora de treinamento e quando acaba ali são todos meus parceiros, meus amigos. Eu venho aqui ou em qualquer outro lugar para fazer sempre o melhor por quem me contratou. Além disso, para fazer uma boa relação com todos. Eu acho que as discussões são produtivas e faz com que todos cresçam. Não tenho problemas de relacionamentos, me dou bem com a grande maioria, principalmente com os que gostam bastante de trabalhar”, revelou o comandante.
Além de Ceni, a nova comissão técnica será composta pelos auxiliares Charles Hembert, Leandro Macagnan e Nelson Simões, além do preparador físico Danilo Augusto.
Fonte Atarde